O embaixador da Cultura Jovem Angolana, pela Embaixada de Angola nos EUA, em entrevista à Lux falou sobre a sua adolescência no Lubango, onde nasceu, a forma como a violência fez parte da sua vida, também relembrou que teve uma adolescência conturbada e que poderia ter tido um destino à margem da lei.
“Aos 14 anos mudei de escola, ganhei novos amigos e acabei por enveredar por uma conduta desviante, que me estava a levar para o mundo da delinquência”, disse. O grupo de amigos e colegas, auto-intitulado Bad Boys envolvia-se frequentemente em brigas de rua contra outros grupos de bairros vizinhos. “Como todos os adolescentes, tínhamos vaidade, vestíamos bem, éramos, supostamente, os mais bonitos do bairro e isso atraía mulheres e amigos… e inimigos. Chegou a uma altura em que começámos a partir para a agressão, porque tínhamos de nos defender. Fomos uma espécie de marginais da lei. Isto com 15, 16 anos.”
Alguns dos amigos foram presos, outros ficaram deficientes, mas Sílvio conseguiu fugir a esse destino provável com a ajuda de um primo. “Levou-me ao ‘Vozes Soltas’, um grupo profissional de teatro. Então, o teatro tirou-me daquela vida, razão pela qual, hoje, olho para o teatro como uma força motriz para tirar os jovens da delinquência, do desemprego e de outras coisas más.” Actualmente, o grupo “Vozes Soltas” teve de fechar portas devido a dificuldades financeiras. “É triste, revoltante, porque o teatro tirou-me de uma situação constrangedora que podia ter feito de mim o maior delinquente de Angola”, rematou o actor.
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