Chama-se Phephile Hlope de nome artístico Jazz P. Nasceu na vizinha Swazilândia, mas foi em Moçambique onde se sentiu aceite para o estilo musical que faz, o hip-hop. Está em Moçambique há 11 anos e foi com o Mapa das Artes, que falou do seu recente álbum intitulado “Still Grinding”.
Para início de conversa pedimos que nos definisse quem é Jazz P, ao que foi nos respondido que é “uma mãe, artista, vocalista, queen, rapper, dançarina, professora de inglês e esposa”, logo pudemos perceber, que estávamos perante uma mulher multifacetada, que por coincidência é o que canta nas suas músicas, sobre a facilidade da mulher se adaptar em qualquer situação.
Veio a Moçambique a convite de promotores de música moçambicanos, que se encantaram com a sua actuação na House on Fire, na Swazilândia. “Convidaram para vir fazer uma colaboração o músico de Reggae Ras Haitrm no Tunduru Festival.” A aceitação, que se tem localmente pelo hip-hop é que fê-la adoptar o país como a sua segunda casa. “Cresci num país onde uma mulher que faz rap não é levada muito a sério. E eu gosto de fazer actuações ao vivo e muitas vezes isso não era muito bem recebido lá.”
Em suas composições canta equidade de género, garantiu a artista, que se assumiu feminista. “Eu sou uma feminista. Gosto de inspirar as pessoas para viverem do jeito que elas gostam, principalmente as mulheres, porque este grupo continua ainda muito vulnerável, isso pode ser visto todos os dias principalmente nos chapas, onde nem as idosas são respeitadas…é necessário que a Mulher se consciencialize sobre o seu poder.”
Esta mesma mensagem é a que traz no álbum recentemente lançado. “Still Grinding” é um álbum composto por 23 faixas e significa que ela está ainda a penetrar no mercado para um dia atingir o auge. O título deve-se ao facto de ter enfrentado muitas dificuldades para ter aceitação no mercado moçambicano. “É preciso demonstrar firmeza neste mercado, principalmente quando não estás em casa. Por isso quero agradecer a Nexta Vida Entertainment, que acreditou no meu potencial e me apoiou até a esta fase.”
O estilo musical feito por Jazz P foi durante muito tempo concebido como masculino. Relativamente a este assunto, a nossa entrevistada confessou que para uma mulher se manter no rap constitui uma batalha. “Os homens procuram dominar o hip-hop como se fosse algo somente para eles, por isso para uma mulher se afirmar no rap é necessário muita garra e determinação. As nossas letras são muito fortes comparativamente as dos homens por causa da nossa própria natureza, por isso se encontras uma mulher firma no hip-hop saiba que ela é forte.”
“Still Grinding” foi lançado durante a sétima edição da Festa da Música, que teve lugar no centro Cultural Franco-Moçambicano onde a artista também actuou. Sobre isto, Jazz P afirmou, que foi muito gratificante para ela, pois já se sente moçambicana. “Recebi o convite do Franco como moçambicana, porque tudo o que tenho na música é graças a este país, desde o meu primeiro vídeo, as EP´s que gravei até ao lançamento deste álbum. Me sinto um produto moçambicano. Por isso eu digo que lancei um álbum em homenagem do rap Moz, em agradecimento ao país por me apoiar até hoje. É por causa de Moçambique…do trabalho que desenvolvi aqui, que já sou reconhecida fora.”
Fonte: Mapadasartes
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